“Surfando a vida”

“Surfando a vida”

Levantar, dropar, cair. Levantar, dropar, cair. Levantar, doprar e se estabilizar. Se EQUILIBRAR. Como no surf, na vida tudo se constrói aos poucos. Chegamos meio que sem saber aonde se posicionar. Observamos e analisamos – qual é o lugar em que eu devo ficar? E, aos poucos, vamos achando o nosso lugar no oceano. É preciso experimentar diferentes tipos de posicionamento, de onda e de prancha até achar o que mais se encaixa com você. Existem infinitas possibilidades. Se sinta livre para escolher o que melhor combina com você. Vamos percebendo qual direção da onda gostamos mais. Direita ou esquerda? Quem sabe as duas. É certo que alguma direção sempre irá te favorecer mais. Mais certo ainda, é que ambas virão até você. E o quanto devemos tirar o maior proveito, qualquer que seja a direção em que formos surfar. Como na vida, mentalizamos para que aquele caminho – a onda – se abra. Mas, como qualquer ser humano – seja surfista ou não –, sabemos que nem todas as ondas se abrem. Alguns caminhos irão se fechar para nós. E, com tantas ondas fechadas nesse oceano, vamos aprendendo a identificar quais possuem mais chances de abrir. Não se preocupe: até o mais experiente pode acabar se confundido. Afinal, a vida é assim: não depende só de nós (!). Mesmo que você se esforce ao máximo, se entregue e se dedique; existem diversos tipos de vento, de ondulação, sem falar na influência das marés. Ou seja, graças ao poder da mãe natureza – e do universo de uma forma geral – nós não temos controle sobre tudo. E sinceramente? É isso o que torna o surf e a vida tão mágicos. É preciso ter em mente que haverá frustração. Haverá horas em que sua mente te dirá que você não vai conseguir. E, muito importante: haverá MEDO – e que isso seja usado para te impulsionar, e não para te estagnar. Em complemento, haverá realização pessoal. Haverá autoconhecimento. Quando você conseguir surfar aquela onda, você irá se sentir vivo como nunca havia se sentido antes (!). E digo mais: você vai perceber que, devido a tanta falta de ar que você sentiu, os caldos vão se tornando cada vez mais leves – porque você aprendeu a lidar com eles ao administrar a sua mente e a sua respiração. Então, caro surfista, não se esqueça: assim como é preciso coragem para tomar o caldo mais sinistro que você já levou, é preciso coragem para surfar a onda mais incrível da sua vida. SE JOGUE.


Por Luisa Ramos (Lua)

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